segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Tamanhos

Lembra quando chegamos aos 10, 11, 12, 13 anos e nós e nossos pés começaram a espichar? Lembra quando a gente ficava horrorizada ao perceber que calçados 34 e 35 ficavam apertados, e de repente chegou o 36, e então o 37, e sem mais nem menos, apesar do pavor de chegar ao 38, 39, 40, nosso pé simplesmente parou de crescer? O tamanho dos nossos pés, enfim, foi definido. Mas só Deus sabe quantos anos – pelo menos eu, não sei se vocês também - espremi meus pés nos tamanhos 35 e 36, por achá-los mais femininos e graciosos, e também, porque ainda não havia assimilado o crescimento e o novo tamanho dos meus pés.

Hoje, passados 35 anos, vou logo dizendo que uso 36, 37 ou até 38. Conforme a marca ou o tipo do calçado. Não tenho mais vergonha do tamanho do meu pé. O que importa é ficar confortável. Mesmo que calçasse o 41, assumiria meu tamanho e desfilaria orgulhosa meus pés 41.

Isso se chama aceitação.

Felizmente não existe a pressão ambiental sobre o tamanho dos pés, como existe sobre o tamanho do nosso manequim. (Pelo menos não na nossa cultura e na nossa época. Tadinhos dos nossos pés se vivêssemos na China!!!) Mas, infelizmente na nossa cultura e na nossa época, é difícil reconhecer que saímos da zona do tamanho 40, 42, passamos pelo 44 e de vez em quando frequentamos o 46. Do M ao G e então ao GG. Os anos vão passando, nossas experiências e vivências se acumulam, e por que não dizer, nosso peso também.

Vivemos o inferno de tentar caber num corpo que não é o nosso. Um corpo menor. E para caber neste corpo os sacrifícios podem ser enormes, quando não doentios. Acredito que um corpo leve e na medida certa, além de mais saudável, é mais bonito. Mas qual a medida certa para nosso corpo, nossas vivências, e experiências? Estamos nos apertando em tamanhos que não são nossos? Será que algum dia vamos nos aceitar no nosso tamanho?

Isso se chama esperança!!!!
Que por sinal, é a última que morre.

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