terça-feira, 29 de março de 2011

Os pontos Y

Muitas pessoas tem me pedido sobre meu livro "Um ninho para chamar de seu". Ele continua engavetado. Ainda não sei ao certo quando estará pronto para ser editado. Ou melhor, pronto ele já está, talvez lhe falte maturidade. Talvez precise de mais tempo para dar conta daquilo que se propõe: abordar a meia idade.
Estas primeiras crônicas tornaram-se pessoais demais. Preferi deixá-las de molho, apurando o gosto e engrossando o caldo no meu computador e em mim mesma. Concluí que ainda sou uma novata inexperiente para falar sobre um tema tão intenso e profundo como o ninho vazio. Recém estou engatinhando num terreno em que muitas já correm maratonas ou o triatlo. São doutoras e PhDs em ninho vazio. Com o passar do tempo, estas impressões amadurecerão assim como minha própria vivência. Sei que ainda não tenho cacife para ser uma maratonista, nem uma tri-atleta. Mas sinto que já não faço mais tão feio, não faço mais parte da galera do fundão, dos últimos a chegar. Se bem que às vezes, ou melhor, muitas vezes, é esta a sensação que tenho. São tantas novas vivências, experiências e sentimentos que me sinto atropelada e massacrada nas últimas fileiras desta corrida, que é a vida.
Mas resolvi dividir uma crônica do livro com vocês. Espero que gostem.
PS: Ela é longa, profunda e complexa, e acreditem, vale a pena lê-la



Os pontos Y

Acredito que na vida existam muitos pontos Y.
(Diferentemente do ponto G, que ainda não encontrei. Também não conheço ninguém que tenha encontrado).
Se traçarmos uma linha indicativa de nossa vida e nela colocarmos pontos marcantes poderemos entender a definição daquilo que entendo por ponto Y. São aqueles pontos, aqueles momentos em que chegamos a uma encruzilhada: podemos ir pela direita ou pela esquerda.
É quando fazer ou não fazer faz toda a diferença.
Todos passamos por estes pontos em nossa trajetória de vida. Querendo ou não!
Mesmo decidindo não fazer nada, o não fazer já é uma decisão: Quando escolhemos casar ou não, ter filhos ou não, aceitar determinado emprego ou não, exercer determinada profissão ou não, se mudamos de casa ou não, se nos divorciamos ou não, se seguimos o que o médico disse ou não, se pedimos demissão ou não. São decisões de pontos Y. Podem fazer toda diferença nos rumos de nossa história pessoal.
Às vezes não sabemos qual direção seguir. Deixamos que alguém faça a escolha por nós ou deixamos a vida nos levar. É como se soltar na correnteza do rio. Ela nos levará para onde quiser, não necessariamente para o melhor lugar. Por isso, existem decisões que podemos deixar a correnteza levar, outras não.
Assim quando olhamos para trás, veremos que nossa vida está marcada por muitos pontos Y. São pontos de decisão. Cada um tem seus próprios pontos pelo caminho. Talvez se tivessem feito escolhas contrárias das que fizeram, a vida seria muito diferente agora.
Possivelmente. Não necessariamente.
Ao longo dos anos em que trabalhei como terapeuta, tentava descobrir, em conjunto com meus pacientes, o padrão de funcionamento de cada um. Este saber é fundamental para nossa vida, porque quando conheço meu padrão de funcionamento, consigo prever o tipo de decisões que possivelmente vou tomar ao longo da vida. Consigo antecipar a direção a ser tomada. Quando me conheço sei como costumo decidir e agir.
Se sou audacioso, se gosto de mudanças radicais, se sou cauteloso, temeroso, se sou acomodado, irresponsável do tipo “depois vejo o que fazer”.
Nossas escolhas não acontecem por acaso, acontecem por padrão. Muitas vezes são padrões de repetição.
Insistimos em nos repetir. Inclusive nos erros.
Mas nem sempre nosso padrão de funcionamento é o responsável pelos nossos sucessos e nossos fracassos. Afinal, nem sempre estamos prontos na hora certa e no lugar certo. É importante nos darmos conta disso.
Na meia-idade temos muitos pontos Y, e é quando costumamos olhar para nossa linha da vida, localizar nossos pontos Y e avaliá-los. Será que fizemos as escolhas certas? O que poderíamos ter feito de diferente ou o que fazer agora para mudar?
É neste momento que nos deparamos com muitas esquisitices, com muitas guinadas acertadas e com muitos desastres pessoais.
Muitos tentam ir do 8 para o 80. Fazer tudo o que ainda não tiveram coragem de fazer. Trocar a água pelo vinho.
Muitos acertam, outros tantos erram.
Não existe um parâmetro seguro e confiável a ser seguido.
Vi pessoas mudando o que estava bom e mantendo o que deveria ser mudado. Vi pessoas renascendo, escolhendo coisas que pela primeira vez na vida se permitiram viver e ter.
Vi pessoas saírem de tempestades para uma vida ensolarada, e outras entrando em tornados e saírem destroçadas, sem nada. Apenas pela experiência de passar pelo turbilhão e ver de dentro no que podemos transformar nossas vidas.
Vale o risco? Penso que vale!
Olhando para trás, vejo que houve decisões para as quais eu não estava pronta. Deixei rolar ou deixei que decidissem por mim.
Aprendi a duras penas que pode ser muito custoso. Quando finalmente estava pronta para decidir, tinha que correr atrás, e fazer um re-trabalho. O que nem sempre é possível, pois nem sempre existe uma segunda chance.
Assim como nem sempre estamos prontos para as situações que a vida nos apresenta.
No decorrer da vida aprendi que têm coisas que precisam ser decididas para ontem, outras para hoje e outras para amanhã.
As mais difíceis são para ontem, são as emergências. O risco de nos enganarmos é alto. Para estas, além da experiência, o sexto sentido e a intuição podem ser muito úteis. Ouvir o que vem de dentro, o que vem da alma, o que vem de não sei onde, mas sei que vem. A margem de erro cai sensivelmente.
As decisões para hoje costumam exigir prática e objetividade. A falta de um tempo mais longo para pensar nos obriga a decidir com maior precisão e rapidez. Muitas vezes pensamos que se tivéssemos mais tempo faríamos diferente. Talvez não tão diferente, mas diferente.
E as decisões para amanhã, nos dão o tempo necessário para a reflexão. Parecem ser as mais fáceis, mas não são. Perdemos tempo, desviamos da meta, perdemos o foco e, muitas vezes, por pensar demais, passamos do ponto.
Sinceramente não sei qual delas prefiro. Já me enganei em todas e já acertei em todas.
Pelo que vivi, a vida sempre nos leva a um novo ponto Y, a uma nova chance, a uma nova decisão.
Pode ser por padrão de repetição, pode ser por ousadia.
Mas que seja por escolha nossa.
Los Canales, outubro de 2006.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Meu segundo tema de casa

Olha como estou prendada. Meu tema de casa para a Oficina Literária está pronto com uma semana de antecedência. MILAGRE!!!! A pressão e o stress normalmente me inspiram........
Preciso escrever a conversa entre dois animais sem que haja marcação alguma sinalizando diálogo. Além disso, o diálogo deve deixar claro o conflito e a situação vivida pelos personagens e tenho que me limitar a cinco adjetivos. Acho que tem mais de cinco, me corrijam, por favor. Na minha época – há mais de 30 anos no Colegial - adjetivo era uma coisa muito simples de se entender, mas agora, fiquei confusa com alguns que parecem ser adjetivos. Será que são mesmo?



Vira-latas?

Quem você pensa que é? Metendo este focinho na minha tigela?
Tá falando comigo, meu?
E tem mais alguém com o focinho na minha tigela, roubando minha comida?
Cara, você chama isto de comida? Isto aqui é ração Wiskas, não é nenhuma Le Roy. Sou vira-lata, mas conheço ração de primeira.
Imagino! Um ladrãozinho metido a besta cuspindo no prato em que está comendo. Dá o fora.
Ei, não precisa me empurrar. Metido a besta é você, gatinho de madame criado a Wiskas.
Sou gato de madame sim e me orgulho disso?
Cara vê se te enxerga. Você é tão vira-lata quanto eu. Este seu tipinho aí, pretinho básico, tem assim ó, aos montes pelos becos do bairro.
Olhe a sua volta. O que você vê? Tenho uma casa e uma família que me adora e me alimenta. Como ousa me ofender?
A verdade dói, meu chapa.
Com certeza. Não ter casa nem comida, ter que roubar e saber que não tem ninguém...............
Cara vê se te enxerga. Fica posando de gatinho de madame, como se fosse um gato de raça e de pedigree. No mínimo, foi adotado num gatil, numa daquelas visitas de madame para arrecadar fundos, e olhando para o pretinho básico todo estropiado aí, madame viu A Chance para cair nas graças da mídia. Imagina a manchete: Socialite Fulana de Tal adota vira-lata um dia antes de ser executado. Cara cai na real. Você foi usado.
Tira o focinho da minha tigela e dá o fora, senão....
Me solta. Tá brabinho é?
Aonde você pensa que vai, correndo desse jeito?
Esse jardim é massa. Olha quanto passarinho dando sopa. Já provou um desses?
Não falei para dar o fora?
Já comeu sim. Esses olhinhos e esse rabo abanando não mentem. Tá é com cara de quem não quer dividir o rango. Isto sim é que é um banquete: canários, sabiás, pombas e nossa, adoro pardais e tico-ticos. Olha quantos!!!!
Pensa que sou um bárbaro? Esses pássaros apenas ornamentam nosso jardim...
Qual é? Pensa que acredito que o gatinho criado a Wiskas resiste à tamanha tentação?
Acho que você não está entendendo o que estou dizendo. Cara, dá o fora. Já. Agora.
Miiiiiiiiiaaaaaaaaaaauuuuuuuuuuuuuu. Solta meu pescoço. Já entendi. Roubar Wiskas, tudo bem. Mas os passarinhos do jardim, nem pensar. E tenta se convencer de que não é um vira-lata. Se enxerga, meu.


Dá para entender a história através do diálogo?

Os segredos de Serena



Esta foi a matéria que saiu no jornal "O Informativo" , no dia 02/10/2009, por ocasião do lançamento do meu livro.


Os segredos de Suzete

A psicóloga Suzete Herrmann, que trabalhou no Centro Evangélico Alberto Torres
até 2006 e atua como terapeuta de casais e de família, mostra agora seu lado escritora.
O romance será lançado na Feira do Livro de Lajeado.

A psicóloga Suzete Herrmann faz sua estreia como escritora, autora de um romance, na Feira do Livro de Lajeado. O livro Os Segredos de Serena será lançado com sessão de autógrafos no dia 8 de outubro, a partir das 18h, no estande da Livraria Cometa.
Quando morou na Venezuela, em 2006, Suzete redescobriu o prazer de escrever. Seu primeiro livro, “Um Ninho pra chamar de seu”, ainda sem edição, reflete o momento de guinada em sua vida, retratado por meio de crônicas.
O livro que acaba de sair da editoria, conta a história de Serena, uma bem sucedida psicóloga clínica que esconde um grande segredo em sua vida. Num determinado momento este segredo começa a ser desvendado e revelado, deixando Serena ambivalente e insegura com o que virá a partir de então. A trama que se segue procura retratar o lado humano e falho de qualquer psicólogo. Com o objetivo de retratar as emoções e os sentimentos de todos os personagens envolvidos na vida de Serena, de forma intensa e bem urdida, o livro procura também mostrar as dúvidas, os conflitos, as angústias e os erros que uma profissional de saúde mental pode cometer.
Outra característica marcante da trama é a constante repetição de situações e sentimentos, demonstrando a circularidade nos relacionamentos e nas estruturas familiares. “Apenas repetimos aquilo que não está resolvido em nossas famílias e em nossas vidas”.
Suzete conta um pouco sobre a produção da obra.

Lazer - Como surgiu a ideia de escrever um romance?
Suzete Herrmann - Adoro ler romances, livros policiais, de suspense e drama. Escrever o romance talvez seja um sonho antigo, pois quando menina pensava ser jornalista, e quem sabe um dia, me tornar escritora. Me tornei psicóloga, leitora voraz de livros técnicos da minha área. Aos poucos percebi que poderia escrever de forma não técnica, um livro interessante e envolvente e que abordasse de forma clara e leiga o universo Psi. Quando surgiu a oportunidade, diga-se tempo e disposição, coloquei no papel a história de Serena.
Lazer - A história de Serena tem a ver com a tua própria história como psicóloga? Tem inspiração nas experiências relatadas por teus colegas de profissão?
Suzete - Serena tem um pouco de mim e um pouco de vários profissionais psicólogos com quem convivi ao longo dos anos. A história de Serena, ou seja, o enredo do livro, é pura ficção.
Lazer - Qual o público que tu pretendes destinar tua obra?
Suzete - Qualquer pessoa que goste de ler. Para profissionais da área da psicologia acredito que o romance crie oportunidades de identificação, quem sabe de aprendizado. Para as demais pessoas é uma leitura gostosa, penso eu, que conduz o leitor de uma situação pacata e cotidiana para uma reviravolta onde os fatos, sentimentos e lembranças se sucedem de forma intensa, criando suspense e expectativa com relação à história e ao passado de Serena.
Lazer - O livro tem uma mensagem especial, algum tipo de reflexão para a vida das pessoas e de outros profissionais?
Suzete - Acredito que a maior de todas as mensagens é de que o erro faz parte de todo e qualquer aprendizado. É com ele que podemos nos transformar em pessoas melhores. O contrário também é possível. A história de Serena aborda o erro e suas consequências e demonstra como podem haver erros transgeracionais (que se repetem entre gerações) e de como podemos lidar ou elaborar nossos próprios erros através do erro de outras pessoas.
Lazer - Para tua carreira, o que simboliza o livro?
Suzete - Digo que é meu terceiro filho, que foi gestado ao longo de vários meses e agora vai ser lançado ao mundo. A publicação e o lançamento são quase como um parto. Tem sido difícil e me vejo angustiada e aflita com a recepção que ele terá. Sei que vai agradar alguns e decepcionar outros. Profissionalmente, demarca um novo caminho, uma nova possibilidade. No dia a dia como psicóloga sigo teorias, estratégias e diretrizes, segundo preceitos testados e aprovados dentro da ciência da Psicologia. Como escritora me permito a liberdade da criação, da imaginação, do brincar com as histórias, de transmitir coisas sérias na forma de um romance, por exemplo. Quando escrevo, não é a psicóloga que escreve, é a pessoa Suzete que está escrevendo, com suas experiências, suas percepções, lembranças, opiniões, e que por acaso, é uma psicóloga.


Desde o lançamento, "Os segredos de Serena" tem tido excelentes feedbacks, me deixando feliz e animada a prosseguir. Ele ainda é um filho tímido em busca de reconhecimento num universo maior e desconhecido, mas já cumpriu uma importante missão: colocar-me em movimento, me reinventando enquanto pessoa.
Todos devemos buscar movimento e transformação.
Com certeza, a publicação do livro foi, e ainda é um marco em minha vida. Ele demarca uma nova fase: A fase do tornar-se. Do ainda não ser. Mas do querer ser. No meu caso, ser escritora.
Sempre que me perguntam o que faço digo com toda segurança e orgulho que sou psicóloga até o último fio de cabelo. Sinto-me integralmente como tal e não tenho dúvidas quanto a isso.
Ser escritora ainda não se incorporou a minha identidade pessoal e profissional. Estou na fase do tornar-me. Ou seria melhor dizer: sentir-me escritora. É algo como dizer "estou ligeiramente grávida". Ainda não estou/sou mas estou a caminho de estar/ser.
Ao longo da vida vários são os momentos em que somos investidos de novos papeis e funções. Alguns tem a ver com nosso querer, outros não. E os que tem a ver com este "querer ser" muitas vezes geram medo, incerteza e ansiedade.
Particularmente acredito que SOMOS O QUE ESCOLHEMOS SER. E fazer escolhas não é uma tarefa fácil: podemos errar ou acertar.
Alguém duvida disso?
Por isso gosto da expressão "tornar-se". Soa como algo em movimento, em transformação. O que nos dá tempo de digerir e processar nossas escolhas, permitindo-nos mudar ou alterar rotas e destinos, adequando-os constantemente ao nosso querer.
Acho que é por isso, que ainda sinto que "estou ligeiramente escritora".

quinta-feira, 24 de março de 2011

Dias negros

Alguns dias são negros. Faltam-lhes cor, sabor, risos e alegria. São dias nublados e desbotados. Nada apetece, nem para comer nem para fazer. Melhor olhar televisão e se envolver no colorido da vida dos outros, onde há energia para fazer acontecer.
Acho que todos temos dias assim. Meus dias tornam-se opacos e sem brilho quando estão próximos da TPM. Às vezes antes, às vezes, depois. Incrível o tombo que os hormônios são capazes de dar. É como uma montanha russa hormonal.
Num dia alegria, noutro dia tristeza. Sem mais nem menos. Altos e baixos.
O que foi que aconteceu? Nada. Como assim, nada?
Nada. Apenas o reverso da moeda.
Quando a agenda está cheia de trabalho e compromissos a sensação é de extrema dificuldade e cansaço. Mas quando a agenda está tranqüila, a tristeza emudece e a energia some. Guardar a margarina na geladeira é quase um martírio. Porque as lágrimas nos olhos? Não faço a mínima idéia. Mas estão lá, incriminatórias.
Amanhã estarei melhor. É sempre assim e é assim há muitos anos.
Nada que uma boa noite de sono não resolva. No máximo duas noites.
Anos atrás estes dias eram de fúria e irritação. Eram a desculpa perfeita para xingar, brigar, colocar os pingos nos is com tudo e com todos. Os sintomas apenas mudaram, porque a causa ainda é a mesma: TPM.
Será a maturidade da meia-idade sobrepujando a instabilidade da juventude?
Pode ser. Mas, se bem me lembro, mês passado estive irritadiça. Que seja! Isso pouco importa.
Mais uma noite então. E amanhã estarei com toda a energia para lavar a louça da pia, guardar a roupa no armário, regar as flores – sobreviventes a esta altura – arrumar o apartamento, ir ao curso e ao supermercado, organizar toda aquela papelada esparramada no escritório, responder um monte de e.mails, ligar para várias pessoas.....Assim espero. Vai que nesta fase de mudança de sintomas, sejam necessários mais dias para normalizar.
Coisa louca esta variação hormonal. Se a gente se estranha, imagina quem convive com a gente.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Escrever e fazer um blog emagrece


Semana passada li um livro dentro da onda do momento: emagrecer. O nome do livro é “Emagreci fazendo um blog” da escritora e jornalista Andréa Antonacci. O legal do livro foi perceber o quanto todos precisamos de incentivo para emagrecer, e o quanto um blog pode propiciar este incentivo através do contato de muitos, cuja privacidade pode ou não permanecer resguardada. Depende apenas do querer das partes envolvidas. Além do incentivo mútuo, ele cumpre sua função de diário abrindo espaço para desabafos, experiências, pesos, receitas, dicas, etc. Seus visitantes, além de incentivadores funcionam como fiscais e/ou vigilantes, nos moldes de grupo de auto-ajuda, porém virtual.
Legal a dica: “Quem perde pode achar”...... Orientando para jamais dizer que “perdi tantos quilos”, mas sim “eliminei tantos quilos”. É aquela história: quem procura acha, e quem perde pode reencontrar. Bacana foi perceber a importância da RA (Reeducação Alimentar) no processo saudável de perda e manutenção do peso, bem como, o quanto é difícil emagrecer. Andava furiosa com meu metabolismo lento e econômico. Percebi que sou apenas mais uma lutando para chegar lá. O caminho pode ser longo, certamente cheio de tentações.
Ou seja, nada de novo.
A única certeza é fechar a boca e gastar mais energia do que se consome. Pura matemática!!!!! Lembrei-me da expressão homem/mulher endividado(a) do século XXI. Estou há muito tempo em dívida com a balança. Outro tema para blogar.
Dentro desta onda, além da dieta balanceada, tenho me alimentado também de diferentes informações sobre como emagrecer bem. Amanhã vou retirar dois livros que encomendei: “Escreva e emagreça” (recomendação da minha endócrino) e “Afrodite – contos, receitas e outros afrodisíacos”, da escritora chilena Isabel Allende, que eu adoro. Há horas queria comprá-lo, mas sempre desistia.

“Arrependo-me dos pratos deliciosos rejeitados por vaidade, tanto como lamento as oportunidades de fazer amor que deixei passar para me dedicar a tarefas pendentes ou por virtude puritana”.

Esta é uma frase do livro que me convenceu do ótimo investimento que estou fazendo. Só tenho medo de desistir da minha RA e voltar a engordar como uma Mona Lisa do século XXI, curtindo todos os prazeres mundanos.................. e acabar falida.
Lembram do meu antigo lindo vestido de gala pouco usado? Usei-o mais uma vez e me senti maravilhosa. Olha a foto comprovando.
Agora minha meta é entrar numa calça de veludo azul nunca usada. Isso mesmo!!! Amei a calça, mas sempre sobrou corpo! Ou faltou calça? Tanto faz!!!! O que importa é estar dentro dela na Páscoa.
Viu como fazer um blog pode ajudar a emagrecer?

quinta-feira, 17 de março de 2011

Eu e minhas bebedeiras!!!!!!

Comecei a fazer uma Oficina de Escrita Criativa. A primeira aula foi fantástica. Amei. Aliás, é a primeira vez que estudo para aprender a escrever. Espero que meu aprendizado se reflita rapidamente nas minhas crônicas e artigos postados aqui. O tema da aula foi o tempo. E o tema de casa foi descrever o que se passa na cabeça de alguém minutos antes de saltar de um trampolim. Detalhe: não posso usar as palavras "se", "não" e "que".
Vejam o resultado:


Eu e minhas bebedeiras!!!!

Oh céus! Como fui parar nesta situação? Eu e minhas malditas bebedeiras. Poderia ter ficado quietinha no meu canto, mas .....foi só alguém - logo quem – duvidar da minha coragem. Como fui aceitar me expor desta forma?Todos devem estar me olhando e quem me conhece sabe o quanto estou sendo impetuosa e incontida. Ou o quanto devo ter bebido: uma ou duas garrafas de vinho? Com o frio tenebroso, o papo gostoso, a vontade de relaxar e esquecer os problemas......quem se importa agora com isso. Fui a única a topar, como sempre. E aqui estou: insuficientemente bêbada para me jogar de ponta-cabeça na água congelada da piscina do clube, em pleno inverno glacial. Cairei antes de chegar na ponta do trampolim? É este o nome do treco por onde devo correr e saltar para a vergonha e a humilhação? Todos devem ter recuperado um pouco a sensatez, assim como eu; voltar atrás agora significa desistir e perder minha credibilidade. Confirmarei assim, com todas as letras, o quanto sou idiota, competitiva e o quanto estou bêbada? Ou melhor, estava. Todos estão sequinhos e em segurança, divertindo-se às minhas custas na beira da piscina, rindo da palhaça bêbada – pelo menos deveria ter bebido um pouco mais – estaria segura e tranqüila na inconsequência e estupidez da bebida. E pularia sem problemas. Quantas vezes pulei embriagada nas situações mais absurdas possíveis e depois, passada a bebedeira, ficava pasma com minha coragem e audácia. Rompi assim meu noivado, pedi demissão em pleno bar, topei sair com um completo desconhecido. Definitivamente, preciso parar de beber. A bebida ainda me mata. E a água da piscina. Aliás, num frio destes, as piscinas permanecem cheias de água?Pode ser gelada, tanto faz. Melhor o gelo da água ao gelo da dureza do azulejo. Céus, sem água na piscina estou morta. E agora: olho para baixo e me certifico sobre a água, e confirmo ser a palhaça bêbada ou simplesmente me jogo e vejo, ou melhor, espera. É só olhar para baixo. Idiota, bêbada. Tem água sim. Graças a Deus. Grande coisa! E agora vou em frente ou desisto?Assumo o quanto sou imatura, impetuosa, boba e bêbada?............Vou pular.............Será?.....................Fui.


Gostaram?
Quem é a bêbada da história? Não faço a mínima idéia. Alguém se identificou com a personagem?
Poquitito, poquitito.

Suzete

Meu menor abandonado




O gato nas fotos ao lado se chama Logan. Ele é meu companheiro pulguento e mal humorado, mas extremamente fiel e carinhoso. Lolô. Lolinho, Loloco como também o chamo é um gato de 1 ano e 6 meses, resgatado de um gatil no qual foi abandonado. Quando chegou em casa estava assustado e arredio. Foi meu presente no Natal de 2010. Após a surpresa?!?! todos em casa tivemos que nos habituar com aquele ser estranho que não saía do meio das madeiras no porão, ou que fugia de qualquer um correndo desesperado e alucinado por toda a casa, receando o contato físico e o carinho. Pobrezinho!!!!! Ele estava apavorado. Logo imaginei o ser traumatizado que estava adotando. Passado o choque inicial, me atirei na tarefa de torná-lo mais tranqüilo, carinhoso e afetivo. Pensei seriamente em ler algo sobre psicologia animal, mas acabei seguindo minha intuição e meus sentimentos. Muitas vezes fui chamada de Felícia (gatinho, te amo, te amo, te amo), pois fui implacável e determinada na missão de domesticá-lo e torná-lo um ser mais sociável e agradável. E principalmente mais feliz. A começar pelo nome. Dizem que dar o nome é dar um presente precioso que nos acompanha a vida toda. Assim, escolher um nome adequado àquele vira-lata preto e branco sempre pronto pra se defender com unhas e dentes demorou algumas semanas. Após um período em que cada um o chamava como queria, o nome Logan caiu como uma luva. Lembram? Logan, Volverine, garras retráteis de adamantium, X Man? Era a cara dele. Feroz, cara de mau, garras em prontidão, desconfiado. Enfim, o nome perfeito. Mas com a convivência e o afeto aumentando, o nome Logan ficou pomposo e sério demais. Aos poucos foram surgindo apelidos apropriados às diversas situações e confusões. Lolinho é quando ambos queremos chamego. Lolô é quando chego em casa e aviso: Lolô, cheguei!!!. Loloco é quando ele apronta algo. Logan quando falo dele para alguém. E assim, o ser estranho assustado e arredio transformou-se num ser vivo conhecido e querido. Cheio de humanidade.
Minha vinda a São Paulo colocou-me frente a várias questões, e uma delas refere-se ao que é o melhor para meu bichano. Deixá-lo na casa que ele adora, livre para correr pelo jardim e caçar sem piedade os passarinhos mal avisados que insistem nos vôos rasantes e que irremediavelmente acabam em sua boca, feliz e saltitante, ou, trazê-lo para morar comigo num apartamento no sexto andar correndo o sério risco de cair – porque em SP tem muito passarinho sobrevoando minha sacada - além de passar períodos de 10 a 15 dias com algum estranho ou hotel? Afinal, não posso carregá-lo pra lá e pra cá toda vez que passo uma temporada no sul. Além de oneroso demais seria uma tortura para ele. O barulho, a agitação e pessoas estranhas ainda o apavoram. Nestas situações ele costuma sumir.
Até agora a escolha tem sido deixá-lo sozinho em Lajeado. Sozinho, sozinho, exatamente não. Todos os dias minha tata passa algumas horas com ele e se certifica de que não falte nem comida nem água. Mas ela morre de medo de pegá-lo no colo. Fica faltando o afeto e o toque que é tão importante a qualquer ser vivo. Sempre que pode meu filho passa o fim de semana com ele, mas quando não pode, Logan tem que se contentar com os passarinhos, com os gatos que insistem em invadir seu território e consigo mesmo. Três dias no máximo. Mas são três dias abandonado à própria sorte. Literalmente. Volta e meia ele se mete em briga com outros gatos, tentando defender seu reino e sua comida, mas normalmente, ou quase sempre, é ele quem apanha mais. De alguma forma a questão se resolve.
Sempre que o reencontro em meio a sua solidão, ele me recepciona com um miado desesperador. Miiiiiiiiiaaaaaaaaaaaaaaaauuuuuuuuuuu. É um lamento que vem do fundo da garganta e da alma. E rasga minha decisão de deixá-lo na casa. Depois de alguns minutos ele volta a correr e brincar e em poucas horas ele some pela casa ou pelo jardim. Volta e meia ele faz sua inspeção pelos quartos e pela sala. Será que ele apenas está se certificando de que tem alguém com ele? Será que alguma lembrança de abandono ainda o atormenta? Depois de rodar e circular no ambiente em que estou ele acaba indo dormir em algum recanto da casa. Sozinho.
Que saudade do meu Lolinho!!! Pena que ele não saiba falar ao telefone ou mexer na internet. Seria tão mais fácil!!!!!


segunda-feira, 14 de março de 2011

O scrap e eu!!!!

Comecei a fazer scrap em dezembro de 2007. Na época foi uma descoberta e tanto!!! Estava querendo reformar meus álbuns e imprimir nossas fotos digitais. Mas queria algo diferente. E este diferente era e ainda é o scrap.
De lá para cá comprei muito material, montei meu atellier, aprendi várias técnicas, desenvolvi meu estilo e hoje fico feliz com o trabalho desenvolvido ao longo dos últimos três anos. São mais de quatrocentas páginas de scrap, alguns cursos e muitas amigas “scrapeiras”.
Poderia falar sobre o scrap, sua história, materiais, técnicas, etcetcetc. Talvez mais adiante. Nada que uma boa pesquisa na internet não resolva. Existem muitos sites, blogs, artigos que dissecam esta arte de juntar restos e transformá-los em belíssimas páginas que podem decorar álbuns, painéis, caixas, quadros.
Para mim o scrap é muito mais do que o resultado bonito e criativo do trabalho em si. Mexer com fotos, lembrancinhas, tiquets, folders, flores secas, tecidos, papéis, botões, tesoura e cola é uma forma lúdica e terapêutica de mexer com nossas histórias. Costumo dizer que o scrap é minha terapia. Quando estou inspirada sou capaz de passar várias horas selecionando material, criando e revivendo cada momento imortalizado pela foto que vou trabalhar. O processo em si tranqüiliza, e como costumo dizer, me centraliza. Meu entorno entra em outra dimensão e a foto e o que pretendo dizer com ela passam a ser o centro de tudo. É como rezar ou meditar.
Cada álbum produzido nestes anos tenta resgatar uma parte importante da vida da minha família. São livros em forma de álbuns. Cada um contando uma história.
O álbum “Nós dois” conta a história do meu casamento. Do namoro aos 25 anos de casada.
“Vida de menino” os fatos e características marcantes do meu filho até os 18 anos.
Assim como “Nanda’s Life” retrata a vida da minha filha até os 25 anos.
“Mim Susi” conta minha história, meus antepassados, minha árvore genealógica, minha infância e adolescência, minhas escolhas. À medida que ia recolhendo o material a ser trabalhado resgatava minha própria história. E este resgate devolvia a importância de tudo em minha vida.
Acredito naquela frase que diz que “Nada acontece por acaso”. Quando encontrei o scrap não encontrei apenas a forma ideal de guardar fotos e lembranças. Reencontrei a mim mesma. De repente, sem que me desse conta, meus filhos cresceram e partiram, meu casamento e eu entramos em outra fase, meu entorno e minhas necessidades mudaram e surgiu aquela sensação incômoda de que minha vida estava desbotada, sem graça e ultrapassada. Não havia pressa nem urgência para nada. Entrei na rotina da meia-idade. Quem sabe uma “depressãozinha básica”.
Superei aquela fase. Reencontrei-me como um “eu” separado. “Mim Susi”me redesenhou como uma nova mulher e uma nova pessoa. Ou melhor, apenas me relembrou quem realmente sou. E decidi ser apenas eu.
Hoje meus álbuns são pura alegria e diversão. Estou revisitando lugares fantásticos em que estive há 10 anos. Cancun. Peru...... Os álbuns ditos “terapêuticos” me levaram a outros lugares e momentos da minha vida. Estão concluídos, assim como aquela fase.
Fico imaginando através do quê, homens e mulheres se reencontram ao longo da jornada da vida. Afinal, a jornada é longa e caprichosa, e não é raro, somos levados a nos perder de nós mesmos.
Depois desse papo cabeça, um aperitivo: Páginas e mais páginas de scrap.
E um soluço: como VOCÊ está lidando com sua jornada? Já se perdeu e se reencontrou? Apenas reflita!!!!! Que o soluço passa.





sábado, 12 de março de 2011

"A dieta do adultério"


“Todo mundo pergunta como consegui. Mulheres me cercam nas festas, param-me nos corredores do escritório, medem com os olhos meu novo corpo, exprimindo, com sorrisos forçados, a longa história de seus fracassos............. – Não há nenhum segredo – digo a elas. – Só regime e exercícios. – Mas isso também é mentira. Todo regime tem um segredo: vaidade, orgulho ferido, raiva. Ou desejo. – Você precisa querer – digo. E elas confirmam com a cabeça.”
Estas são as palavras de Eva Cassady, na página 07, que iniciam o excelente livro “A dieta do adultério”. Os grifos são meus: Todo regime tem um segredo: vaidade, orgulho ferido, raiva. Ou desejo.
Depois da matéria na TV Informativo e a triste constatação de que estou perdendo de 1000 a 0 para a balança, retomei a rigidez do meu regime - afrouxado nos últimos quinze dias - afinal, segundo minha endocrinologista, o importante é perder peso, no máximo quatro quilos por mês. Nada de radicalismo.
 Sem chance!!!!! Terça-feira, dia 15 tenho reconsulta, e vou ter uma séria conversa com ela. Dia 19 tenho casamento para ir e decidi que vou com meu antigo lindo vestido de gala pouquíssimo usado, e óbvio, um número menor que meu atual. Essa semana vou de dieta da proteína: 0% carboidratos e 0% doces e guloseimas.
            Desde que me conheço como gente estou de dieta. Quando tinha 58 kg fazia dieta porque me achava gorda. Pulei para 62, 66, 70, 72, 76 Kg, sempre me achando gorda e sempre de dieta. Imagina se não estivesse de dieta. Já estaria pesando mais de 100Kg!!!!
            O que sei é que cada vez como menos e peso mais. Desculpas eu tenho um monte: a idade, a genética, meu trabalho, meus hobbies, o uso de hormônios para controlar meu endometrioma, minha cirurgia no fim do ano para retirar o tal endometrioma, o uso de corticóide por causa das dores do meu ombro congelado. Ou seja, tenho as melhores desculpas do mundo para justificar meu novo peso (impublicável). O que não ajuda em nada quando me olho no espelho ou não entro nas minhas roupas.
Por isso a decisão de radicalizar na dieta.
Por isso a decisão de reler “A dieta do adultério”.
            Doce e carboidrato são drogas que viciam. Troco sem problemas um almoço saudável por uma taça de sorvete ou um sanduíche. O problema é não conseguir comer apenas uma ou duas balas, uma bola de sorvete, uma fatia de bolo. Tenho que evitar o primeiro “gole”, a primeira “cheirada”. Como qualquer drogado. Porque o primeiro biscoito ou a primeira bala abre a porteira para mais. Porque doces e carboidratos são carga rápida de energia, de alegria, de bem-estar. Passado o barato, vem a conseqüência óbvia: calorias extras e aumento de peso.
            A decisão de reler o livro não tem nada a ver com trair. Tem a ver com uma experiência movida por vaidade, orgulho ferido, raiva e desejo. Regime e exercícios físicos. Tem a ver com estímulo. Recomendo a leitura.
            Quem sabe meu orgulho ferido, minha raiva, meu desejo e minha vaidade – trucidados com as imagens na TV – me catapultem para dentro do meu antigo lindo vestido de gala, e depois, para uma nova matéria na televisão, mostrando “Longe de tudo e de todos” impresso, outras viagens imortalizadas pelo scrap, e magra. Óbvio!!!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Olha a bagunça!!!!!

Bem, quando eu vi já tinha postado o vídeo do You Tube. Definitivamente a televisão engorda a gente um moooooonte. rsrsrrsrsrsr. Estou de dieta, mas nem parece!!!!! Bem, até o fim do ano devo chegar ao peso que quero e preciso.
A reportagem foi  na minha casa de Lajeado no RS pela TV Informativo. O objetivo era mostrar para a população da região dos vales o scrapbooking. Como postei sem cortar nenhum pedaço, sugiro que assistam as propagandas e a primeira reportagem, ou, vão ao minuto 6 que é quando começa a matéria.
Nos próximos dias vou postar algumas fotos das páginas de scrap apresentadas na reportagem, e outras inéditas.

Lazer na TV 11_03_2011

quarta-feira, 9 de março de 2011

Graças a Deus minhas férias terminaram!!!!!!

Graças a Deus minhas férias terminaram!!!!

Preciso urgentemente aprender a tirar férias. Últimos anos tenho retornado delas mais cansada do que entrei. Minhas férias passaram a ser uma maratona para conhecer o maior número de lugares no menor período de tempo, aproveitando cada minuto precioso gasto em dólares, euros ou reais. Nada de desperdício!!!!! Sempre que viajo volto esgotada ansiando por rotina e tranqüilidade. Independente se vou visitar minha mãe ou conhecer a Polinésia Francesa.
Quando não estou viajando e decido passar “férias” em casa – este ano minhas férias de verão consistiram basicamente em cobrir as férias da minha tata – fico às voltas com minhas famosas listas. Cada minuto é precioso demais para desperdiçar. Tem coisa demais para fazer e providenciar.  Então, quando chove e não posso caminhar (conforme o programado) vou escrever (conforme o programado) ou ler (conforme o programado) ou fazer scrap (conforme o programado). Quando o sol se anima, me animo a tomar quarenta minutos de sol de costas, 30 minutos de frente (conforme o programado) depois pego minha lista, e numero meus afazeres de 1 a 10, conforme o melhor trajeto e horário, e saio para pagar contas, levar roupa na costureira, sapato no sapateiro, comprar a lâmpada dicróica que só se encontra em determinada loja, levar meu relógio antigo para ser restaurado, meu carro para ser consertado. Etcetcetcetcetc. Tudo conforme o programado. Quando chega a noite verifico o andamento da minha lista e vejo itens em aberto ou não solucionados. Faço nova lista para o próximo dia. E procuro adiantar ao máximo tudo que posso fazer em casa durante a noite. Afinal, bordar ler escrever fazer scrap, independe de sol, chuva ou horário de atendimento. Posso tranquilamente ticar tapetes, álbuns, capítulos durante minhas horas de folga. Por que concluir trabalhos iniciados está na programação das férias. 
De vez em quando, me rebelo. Boicoto listas e programação!!!!! Me permito sombra e água fresca por algumas horas. Mas, no dia seguinte, a sensação de ter perdido um tempo precioso apita na consciência pesada, e para acalmá-la, dobro os itens e a programação. Culpa, castigo e expiação andam de mãos dadas nestas horas.
         Depois de 30 dias fazendo (quase) tudo conforme o programado, itens ticados e outros circundados de caneta vermelha (estão noutra lista aguardando solução) a impressão que tenho é de que fiz-fiz e não saí do lugar. Muita coisa que fiz sumiu das minhas listas e da lembrança das férias corridas e programadas que planejei para dar fim a uma infinidade de pendências. Surgiram outras pendências e retorno das férias com nova lista e uma infinidade de novas pendências para serem solucionadas e ticadas.
         Malditas listas.
         Estou novamente esgotada e louca pela rotina do dia a dia do trabalho. Felizmente minhas férias acabaram, mas tenho que admitir: sinto-me estranhamente satisfeita e feliz pela quantidade de itens ticados. Minhas férias foram muito produtivas. Graças a Deus!!!

terça-feira, 1 de março de 2011

Os Livros que eu li nas minhas férias

Dos livros que li nas férias de verão indico o livro Zorro da escritora chilena Isabel Allende, muita fantasia e imaginação contando a historia de Diego antes de se tornar Zorro. Me surpreendi com a intensidade e a emoção com que Ingrid Betancourt descreve seus 6 anos de cativeiro sequestrada pelas FARC . O livro chama-se "Não há silêncio que não termine- meus anos de cativeiro na selva colombiana".

A mulher na meia-idade

Mulheres na meia-idade

Chegando na meia-idade inevitavelmente avaliamos nossas vidas, nossas escolhas, perdas e ganhos. Repensamos metas e objetivos. Revemos conceitos e prioridades. Redesenhamos nosso futuro. Ousando mais, mantendo o ritmo, ou reduzindo o pique e as expectativas. Fazemos isso de qualquer forma. De forma consciente ou não.
            A menopausa, o ninho vazio, as perdas e as mudanças tem presença cativa nesta fase. Mas também temos ganhos. O outro lado da moeda. O que tem de bom em chegar aí. Para percebê-los é importante mudar de perspectiva, ou como gosto de dizer, trocar de olhar, ou de óculos. A começar com a palavra meia-idade. Definitivamente, não gosto desta palavra, nem do que ela representa: meio, metade. Dá idéia de falta, de incompletude. Quando na verdade estamos mais que completas. Estamos plenas.
            Experientes, maduras, escaldadas ou desconfiadas. Deixamos para trás a ingenuidade, nos policiamos quanto aos nossos sonhos de mulher maravilha e príncipe encantado. Sabemos quem somos e como são os que nos cercam. Amigos e companheiros. Defeitos conhecidos, de parte a parte, a vida a dois, ou em grupo, começa a ser mais serena, ou pelo menos mais tolerante. Nossos filhos ganham o mundo. Neste ponto, pouco podemos fazer. Apenas torcer e rezar. Nossas carreiras chegaram ao topo, o que quer que isso signifique: o sucesso ou a tranquilidade. A balança e o espelho passam a ser os vilões temidos e vigiados do nosso dia-a-dia. Aprendemos a entender nossos corpos. Sabemos o que significa a enxaqueca, a pressão alta, a ansiedade. E rapidamente identificamos o causador, que normalmente é um velho conhecido.
Podemos usar nossa “maturidade” a nosso favor ou não. A outra alternativa é insistir nos erros, manias, mágoas ou ressentimentos. Afinal, muitos se apegam a eles como se fossem bóias salva-vidas, sem perceber que estão presos a uma âncora que aprisiona e impede de seguir adiante. De viver e conviver com pessoas legais, aprender coisas novas, sentir novas emoções e novos recomeços. Apenas pelo medo do novo.
            E, por mais que eu deteste a palavra meia-idade, ela é um sinalizador. Ela assinala que estamos na metade da nossa jornada.
            E então? O que realmente importa ?
            Usar nosso “segundo tempo” e aceitar os outros, tolerar e perdoar? Ou insistir em reformar e adequá-los a nossas expectativas? Aprender coisas novas e especializar-se no que é bom? Ou reclamar da rotina e do tédio? Ter esperança e ousar realizar sonhos antigos? Ou se acabrunhar e se convencer de que não dá mais para tentar e fazer?
            Com certeza são decisões pessoais e únicas. Muitas vezes, difíceis.
            Mas, pense bem. Depois da meia-idade, vem a terceira idade. Hora de saborear ou engolir o que foi escolhido e vivido ao longo da vida.


                                                                       Suzete M. L. Herrmann
                                                                       Psicóloga e escritora