segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Recaída

Fico maluca ao me pesar depois de dias e dias de privação, fome e sacrifício, e perceber que o esforço pouco valeu a pena. Quando estou de dieta evito me pesar. Conforme o número da balança a decepção é imediata e a recaída idem.
Foi o que aconteceu hoje. Segunda-feira. Seis dias de academia, onze de dieta. Reconheço que não estou seguindo religiosamente o menu prescrito pelo médico, mas devo ter eliminado pela metade ou mais, as calorias diárias. Nada de bolos, doces, sobremesas, batatas, refris, vinho, lanches, salgados, amendoins. Ou seja, estou espartana no comer e beber há consideráveis onze dias. Se seguisse a prescrição médica certamente já teria desmaiado ou entrado em apatia total. Comida de coelho me deprime. Reconheço também que minhas manhãs na academia não tem sido tão produtivas quanto gostaria. Primeiro porque a primeira semana é a primeira semana. Horários de avaliação e entrevista, reconhecimento de atividades e possibilidades, ritmo lento e evitação de dor ( a exceção foi o pilates que debulhou corpo e alma). Tá certo que estou seguindo as recomendações – nada de excessos e exageros – mas a sensação é de incompletude e fracasso. Soma-se a isto um conflito matinal diário: tenho tanta coisa pra fazer em casa, preciso escrever, terminar meus textos técnicos, ler, arrumar a bagunça do atelier, finalizar o álbum de NY. Sem contar na vontade de dormir até mais tarde e funcionar no piloto automático. Acrescenta-se ainda dois mal-estares (dignos de calafrios, vertigens e pressão baixa) e uma senhora enxaqueca durante as sessões de academia. Além do depois. Cansaço e dores. Minhas tardes se arrastam nas migalhas de energia. Estamos sobreviventes.
Então hoje, foi dia de programação e entrevista na musculação. Por ordens médicas só membros inferiores. Minha tendinite e bursite nos ombros me livrou de parte do menu matinal de torturas. Apenas membros inferiores. Pelo menos. E por enquanto. Dia de pesagem e medidas. Já vou avisando logo que não quero nem saber. Podem tirar meus números à vontade. Minha única condição é a total ignorância. Conheço muito bem o efeito diabólico da consciência destas informações na minha motivação e determinação.
Apenas, esqueci do efeito curiosidade. Não dizem que a curiosidade matou o gato? Pois é, a minha matou minha disciplina e alegria em plena manhã de segunda-feira. Mesmo desviando o olhar da balança, o número na ficha deixada displicentemente a um braço de distância e visível a minha cegueira quarentona foi devastadora. Como?
Ao colocar o jeans, pernas apertadas.
Ao passar pelo shopping, um saco de balas.
Amanhã, às 9:00 recomeço tudo de novo.
O bom da recaída é que ela vale cada tiquinho do pecado cometido.

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