quinta-feira, 14 de abril de 2011

Santiago's Travel

Alguns scrap sobre nossa viagem em 30X30.


Capa do álbum. Chiquetosa e Frufru. Decidi postá-la novamente para ser admirada em toda sua formosura. Dá para perceber que a máquina fotográfica voltou do concerto e que consegui desativar o flash? Meu problema não é saber como tirar fotos bonitas. Meu problema é o que fazer com tantos botões, rodinhas, setas e simbolos. Aperta daqui, aperta dali e quando vejo minha máquina está totalmente desregulada.

Mas como dizem "A prática leva à perfeição".


Depois da capa, a primeira página mostra a Credencial do Peregrino, um livro sobre o Caminho Francês – que nós seguimos- e o trajeto cidade a cidade. As flores secas foram trazidas de lá. Este é um velho hábito infantil: secar flores e folhas em livros.


Bacana esta página. A costura no bolso que acomoda a credencial e o livro é apenas um detalhe. Que faz toda diferença. Adoro costurar papel!!!!!


Pode-se ver também, por sobre o álbum, as meia-lua verdes com informações importantes do dia a dia da caminhada (como o trecho e a distância percorrida).


As flores do caminho. Adoro esta página. Simples e completa.


Jantar em Sarriá. Adoro colocar mapas, emblemas, símbolos e cartões das cidades que visitamos. Sempre. Em qualquer álbum que faço valorizo estes ítens que contextualizam muito bem nossas viagens. Dá para imaginar a quantidade de tranqueira que carrego!!!!!


Este é o tão desejado Diploma do Peregrino. Direito daqueles que fazem pelo menos 100 Km de caminhada. Dizem as más línguas que se fizer de carro e passar por todos os pontos e carimbar a credencial, também ganha o diploma.
Certamente é mais fácil. Mas fazer por merecer é muito melhor.


O álbum completo tem 23 folhas, 46 páginas 30X30 e mais de 200 fotos trabalhadas. O tamanho das fotos é variável: começa com 5X7 e vai até 20X30, sem contar as que são cortadas e recortadas. O tempo para fazer um álbum destes varia muito. Depende da disposição e da criatividade. No meu álbum, iniciado em janeiro, falta apenas uma crônica que pretendo colocar como última página. Mas estou tão empanturrada que decidi esperar um pouco. No trabalho criativo nem todo dia é dia. Espero pacientemente pelos dias mais férteis, pois aprendi, que nestes dias, o trabalho flui melhor e o resultado final fica mais bonito e gratificante.

Miniálbuns


Estas gracinhas esparramadas por todo lado são mimos confeccionados manualmente durante minhas noites insones e meus dias solitários.

São miniálbuns artesanais. A base é de paspatu (15X15) e o material usado são fotos de tamanhos variados (5X7, 6X9 e 10X15), restos de papel de scrap, folders de viagem e sobras de outros materiais. Cada mini tem 11 folhas. 22 páginas. O que totaliza 88 minipáginas em 10 dias.
Tenho que admitir que fotos da caminhada, papel, tesoura e cola começaram a sair pelos olhos, ouvidos e boca. S-A-T-U-R-E-I. Mas acabei todos eles e o meu também. Agora é só colocá-los numa singela cesta de Páscoa junto com deliciosos bombons produzidos na região de Lajeado. Espero que todos gostem do coelhinho preparado a mãos e com o coração.

Toda vez que começo um novo projeto de scrap faço uma seleção de fotos e mando imprimi-las, em vários tamanhos (seguindo um pré-projeto mental). A tarefa é árdua, pois o fotógrafo oficial da casa é levemente exagerado; algo em torno de 3000 fotos só nesta viagem. À medida que vou concluindo o projeto percebo que sempre sobram fotos. Foi o que também aconteceu com Santiago’s Travel (escrito em inglês apenas para caber na capa do álbum), o meu álbum da Caminhada de Santiago de Compostela (30X30), no tamanho padrão. Com várias fotos sobrando resolvi imprimir muitas outras e preparar um bySuzete para meus amigos de caminhada.


Fiz um de cada vez seguindo a criatividade do dia e do momento. E assim, cada um é um mini exclusivíssimo. Usei muitas fotos repetidas (4, uma para cada mini) e algumas específicas para cada casal. Ao longo dos mini deixei espaços para que cada um escreva suas impressões, reflexões ou fatos marcantes da caminhada.

Adorei o resultado final, mas pedi ao meu marido que me proíba de ter novas idéias megalomaníacas daqui para frente. Ainda bem, pois senão estaria agora às voltas com tintas e caixas de madeira fazendo decoupage ou colagem.

Uma bela fita com motivos pascais será a embalagem perfeita para os miniálbuns.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Cantando pneus!!!!!

A primeira versão de “Um ninho para chamar de seu - reflexões na meia idade” já se perdeu faz tempo. Tenho a vaga lembrança de que tudo começou em 2007. De lá para cá cada linha foi repensada e reformulada. Até o título foi mudado. Mas felizmente, de todas as tesouradas e deletadas, o nome do livro prevalecerá.
Este é um pedaço de um grande mosaico que se chamava "Afinal, que ninho é este?" Ganhou nova forma, reduziu seu tamanho e acho que ficou didático e introdutório. Gostei.

Ninho

Ninho, etimologicamente, é a habitação das aves, feita por elas para a postura de ovos e criação dos filhotes. Pode ser um refúgio e um abrigo, e, por conseguinte, a casa paterna. Nosso lar.
Poderíamos dizer: uma casa, um ninho? Uma família, um ninho? Amigos, outro ninho?
Sim. Todos são ninhos. Melhores ou piores, todos acolhem.
Imagina quantos outros ninhos criamos ao longo de nossas vidas?
Vários. Inclusive alguns ninhos de cobras! Infelizmente.
Etimologicamente falando, cobra designa ofídio venenoso ou não. Ou uma figura de má índole e/ou de mau gênio. Ninho de cobras, segundo o Aurélio, é o lugar onde há pessoas de índole má e traiçoeiras.
E o ninho vazio. O que é?
Psicologicamente falando identificamos o ninho vazio quando os pais estão entre os quarenta e os sessenta anos. Ou seja, na meia-idade. E a característica mais marcante é a saída dos filhos.
Assim, ou seja, depois de criados, nossos filhotes ganham o mundo!!!!
Como na vida animal.
Suspeito que não seja exatamente “como”. Vejo em muitos National Geograph e Discovery Chanel os pais jogando seus filhotes dos ninhos, literalmente expulsando-os. Não é o que humanos fazem. Pelo menos, não normalmente. Não vejo nenhum sofrimento neste comportamento animal. Vejo apenas a certeza instintiva e inata de lançar filhotes prontos ao mundo.
Será que nosso sofrimento reflete a incerteza sobre os filhos que lançamos ao mundo? Será que sobreviverão em meio aos ninhos de cobras, às intempéries e à vida em si?

Companhia diária


Estou revisando pela enésima vez "Um ninho pra chamar de seu - Reflexões na meia idade". Na verdade foram três revisões completas. Esta é a quarta. Perfeccionista, eu? Não, apenas ambos estamos em constante processo de mudança.
À medida que vou aprendendo a escrever melhor, observo com mais crítica e conhecimento meus escritos. E crônica nunca foi meu forte. Como psicóloga acho que me estendo muito, tem sempre algo mais a ser explorado. Por isso, resolvi dar uma roupagem nova a meu antigo livro e inscrevê-lo com melhores chances (assim espero) num concurso literário.
Esse é o espaço em que toda a revisão acontece. É meu universo durante várias horas do dia.
E para me acompanhar nada melhor que um bom café. Descobri um jeito de fazer a melhor "canelinha" do mundo. Para quem não conhece, canelinha é um tipo de café salpicado com canela em pó. E para quem gosta de ambos - canela e café - aí vai uma dica. Substitua a colher pela canela em pau. Assim, enquanto seu café descansa, a canela vai impregnando suavemente e dando um sabor divino ao café.
O único problema é a quantidade diária de café que estou tomando..... mas, que é uma excelente companhia neste momento e neste universo, não tenho a menor dúvida.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Minha São Paulo!!!!

Assim como Felipe (personagem no conto “Um tipo estranho”) São Paulo é um lugar estranho para se viver. Os dias se misturam nas noites e as noites nos dias. Do sexto andar, sentada na bancada do meu micro, olho a cidade pela janela, a minha direita. O dia está cinzento, assim como muitas noites o são. Algumas não são negras, como deveriam ser, mas cinzas chumbo. Sinto saudades do céu azul de Lajeado. Aqui em Sampa, às vezes, raramente, vejo dias azuis. De manhã cedo como hoje, foi lindo!!!! Estava azul. Até o ar fica mais colorido e o dia promete.
Me perguntam se gosto de São Paulo. Gosto. Gosto de São Paulo. Não sempre. Mas muitas vezes. Como ontem à noite.
Em plena segunda-feira, 11 de abril, fomos a um concerto de música clássica na Sala São Paulo, no coração da cidade. O evento faz parte de uma Campanha SOS Japão. Ontem fez um mês desde o terremoto, o tsunami e a ameaça radioativa. Vinte e sete mil mortos, cento e cinqüenta mil desabrigados. Estes são os números atualizados do consulado japonês.
Na ida ao concerto, falávamos do futuro do Japão, ainda tremendo diariamente. No concerto, um espaço com arquitetura magnífica, japoneses da platéia e palco, homenageavam seus mortos com músicas escolhidas para dar o clima melancólico do momento. Ouvi o relato tranqüilo e comovente de uma monja budista brasileira careca, calçando meias brancas, que acabava de regressar do Japão e que retornaria em breve para lá.
Na saída do evento comentamos sobre a escolha das músicas e do clima zen que marcou a noite. Estávamos embalsamados e afogados nesta atmosfera, quando alguém no carro sugeriu: Vamos jantar na Famiglia Mancini?
E fomos. Em menos de trinta minutos estávamos saboreando fetuccine com molho branco ao funghi e canelone de ricota com espinafre, num ambiente tipicamente italiano. Muita cor, sabor, cheiros e barulhos de uma noite festiva em plena segunda-feira. Com direito a cruzar inclusive, com ator de televisão.

E assim é São Paulo.

Quem quiser conhecer um pouco da Sala São Paulo, em 3D, acesse o site www.br360.com.br/sp/flash/sala-sp01.html Vale à pena!!!!! Tanto explorar o site como programar uma visita a um recital na sala, tida como uma das melhores do mundo.
Quanto ao “Famiglia Mancini”é só consultar na internet, e numa vinda a Sampa desfrutar da legítima “cucina” italiana, bem ao lado da Rua Augusta, a rua das casas noturnas, das gentes esquisitas

sábado, 9 de abril de 2011

Um tipo estranho

Minhas aulas de Escrita Criativa estão indo de “vento em popa”. Cada semana estudamos um novo tópico e tenho ficado maravilhada com as possibilidades da literatura e da língua portuguesa.
Como não poderia deixar de ser estou postando meu terceiro tema de casa, que agora são quinzenais e este é mais ou menos assim. Cada colega criou um personagem completando os itens que seguem: nome, origem, época, profissão, idade, 3 hábitos , 1 mania, características físicas, características psicológicas, 1 doença, 1 ideal e como é a família. Nosso tema é escolher qualquer personagem do grupo, menos o próprio, e desenvolver um texto entre 30/40 linhas, usando alguns neologismos criados em sala de aula. Usei as palavras gasteira, megabelo, despalhaço, transtrama, meigosamente, présonho, corredoroso, inspirados na técnica de Guimarães Rosa, que criou uma linguagem muito particular. “Grande Sertão Veredas” está na minha lista de leituras obrigatórias para 2011.
Meu escolhido foi Felipe, personagem criado pela colega Bianca.
A escolha por este personagem tem a ver com minha especialização em tratar adolescentes e conhecer seus dilemas e conflitos muito bem. Afinal, já fui adolescente, fui mãe de dois adolescentes, um deles, coincidentemente chamado Felipe. Apenas isso.

Um tipo estranho

O mundo é um lugar estranho para se viver, São Paulo pior ainda. Esta é a impressão que Felipe tem de sua vida e de sua cidade: estranheza. Sua mãe passa os dias gastando o dinheiro que seu pai ganha de sol a sol. Enquanto seu pai quase não o vê, sua mãe finge que ele não existe. Seu pai está sempre viajando ou em reuniões de negócios, e sua mãe - uma perua gasteira assumida – vive nos shoppings e salões de beleza, numa busca desenfreada por novidades e beleza. Mais adequado seria dizer em busca de ocupação e sentido para uma vida frustrada e vazia. Olhando para eles, Felipe sente-se um ET. Gostaria de ser megabelo, agradaria assim sua mãe e certamente suas colegas de turma, que nem reparam que ele existe. Mas, de uma forma que ele não compreende, ao invés de ficar bonito como seus pais, está cada dia mais estranho, para não dizer, mais feio. Diferentemente de seus colegas, que dia a dia aparecem mais altos em sala de aula, ele continua roliço como os meninos de sua geração, que vivem plugados na internet, sem atividade física e abastecidos com uma dose diária de Big Mac. Para piorar, seu problema de miopia o obriga a usar óculos de lentes grossas, tipo fundo de garrafa. O oftalmologista proibiu que usasse lentes de contato, pois como está em fase de crescimento, elas poderiam complicar seu quadro – já difícil - tornando-se irreversível e complicando uma futura cirurgia. Por isso, escolheu viver do seu jeito e com suas imperfeições. Adotou um visual heavy metal, que valoriza seu biótipo. Inovou seu visual, e ao invés de usar botas grossas e pesadas, prefere os tênis All Star surrados, rasgados e completamente deformados. Pode não ser um adolescente bonito, mas Felipe é estiloso. De todos os apelidos que tem na escola o único que verdadeiramente o incomoda é “Nhonho”, pois associa gordura à idiotice. O que é uma ofensa a seu QI. Sabe que é o mais inteligente da 6ª série, pois pouco estuda e normalmente é o primeiro da turma. Nerd, CDF são apelidos que ele gosta, mas não demonstra, pois contrastam com seu visual macabro, e dão orgulho a seu pai que deixa claro o quanto desempenho e resultado são importantes. Ou seja, suas notas. Já sua mãe, pouco valoriza seu desempenho e revira os olhos sempre que o vê fantasiado de ninja – como ela define seu visual dark – e não esconde a decepção e frustração de ter um filho, que a seu ver, é um completo desajustado. Ela mal desconfia que por trás das camadas de gordura, roupas pretas, correntes e pulseiras de metal, existe um menino meigosamente inseguro, carente e deslocado. Suas unhas roídas e a asma persistente denunciam seu lado frágil e confuso, que sua mãe prefere não ver. Invés disso, ela acredita que seu único filho é assim apenas para confrontá-la e agredi-la. Bem que Felipe gostaria de ser bonito como os outros meninos, mas ainda não é. E espera sinceramente, um dia ser. Mas enquanto está nesta fase que alguns chamam de puberdade, outros de pré-adolescência ou aborrecência, decidiu que seria ele mesmo com suas idéias sobre a vida, a cultura, a estética e as pessoas. Decidiu ser um despalhaço. Sim, porque seus pais, seus colegas “mauricinhos e patricinhas” são palhaços manipulados por uma sociedade capitalista e consumista, um transtrama do qual ele resolveu não participar , sequer fazer parte.
E ser do jeito que é, foi o jeito que encontrou para se sentir alguém no meio de milhões de ninguéns. Ele sabe que para um dia ser valorizado dentro desta sociedade palhaça, precisa fazer algo que o catapultará a outra categoria de ser humano. Se pudesse passar mais horas em frente ao vídeo game com certeza seu futuro estaria garantido, mas sua tata tem ordens expressas de vigiar de perto sua obsessão pelos jogos – “Lipinho, é por causa dos seus olhos” – ela argumenta toda vez que desliga a energia geral da casa. Mas no dia em que criar o melhor de todos os jogos de vídeo game de todos os tempos e ficar milionário, tudo será diferente: suas colegas, ou melhor, todas as mulheres do planeta o disputarão à tapa, sua gagueira corredorosa desaparecerá instantaneamente, seus pais enfim, se orgulharão dele. E ele, poderá se fantasiar de mauricinho sem se sentir um palhaço.
Mas enquanto isto não acontece, Felipe vai continuar escutando a Banda Muse ininterruptamente, jogar as três horas permitidas de vídeo game todos os dias, roer as unhas até seus dedos sangrarem e comer um Big Mac Duplo, na certeza de que seu présonho, um dia será sua realidade.

domingo, 3 de abril de 2011

Nada de miserê!!!!



Esta foi a frase que marcou minha manhã de sábado. Ela foi repetida inúmeras vezes por minha professora de scrap Áurea Almeida, da Scrap Memory. E assim, acabei usando e abusando de rendas, bailarinas de pérolas e flores de seda. O resultado foi esta capa chique para uma viagem feita a pé com mochila nas costas. Rsrsrs
Além da técnica do shape bag ( caixinha feita para acomodar uma concha de cerâmica trazida da minha viagem à Santiago de Compostela, cheia de miçangas), aprendi a enrolar e envelhecer o papel e drapear renda com cola. Como minha Singer 7422 faz falta!!!!!
Apesar de hiper-super-mega frufru, gostei do resultado final.
Minha profe Silvia, da Casa da Arte, não cansava de usar a expressão “chiquetoso” sempre que se referia a algo mais chique e chamativo.
Assim, minha capa ficou chiquetosa. Nada de miserê!!!!!!!