domingo, 9 de outubro de 2011

Migrando.......

Queridos amigos!!!!!

Talvez muitos já conheçam meu http://bysuzete.blogspot.com. Quando comecei a escrevê-lo – em fevereiro - fiquei em dúvida quanto à sua longevidade. O ano foi passando, fui me envolvendo em muitas atividades diferentes, mas consegui mantê-lo. A ideia é dividir com meu amigos e conhecidos minhas artes e escritas: O scrap e a literatura.
Cada nova postagem foi um novo aprendizado, e a certeza de ter que melhorar sempre e cada vez mais. Por isso, agora em outubro, fiz um curso muito interessante para incrementar meu blog no Espaço de Cultura Contemporânea da Escola São Paulo, com a fantástica e querida blogueira Lucia Freitas. Fui mexendo no Blogger mas acabei migrando para o Wordpress, uma outra plataforma de blogs. Ainda estou tateando nas novas ferramentas, me atrapalho mais vezes do que gostaria, mas optei pelo Wordpress por alguns motivos:

1. Todas minhas postagens estão separadas por categorias, assim, quando quiser apenas ler artigos sobre SCRAP, basta clicar na Barra Lateral no ítem SCRAP, que apenas aparecerão artigos sobre SCRAP. O mesmo acontece com todas as outras categorias – Cotidiano, Reflexões, Poemas, Série Academia, Coisas de Mulher, Textos Técnicos, etc . E todas aparecem na categoria Geral.
2. Além das categorias, que organizam muito bem meu blog, na parte superior do blog vocês encontrarão 3 Páginas: ABOUT (informações sobre o blog e a blogueira), “Longe de Tudo e de Todos – primeiro capítulo” e “Os segredos de Serena – primeiro capítulo”. Basta clicar sobre o título que a versão em PDF - dos primeiros capítulos dos referidos livros- surgirá no computador para ser degustada. Meu romance “Os Segredos de Serena” já está publicado e disponível para compra, e “Longe de Tudo e de Todos” em produção.
3. Meu primeiro projeto literário “Um ninho pra chamar de seu” virou uma categoria, onde posto algumas crônicas mais antigas sobre a crise da mulher de meia idade e a saída dos filhos. Ainda tem muitas na esteira da revisão.
4. Clicando na capa “Os segredos de Serena” vocês também irão ao primeiro capítulo do livro.
5. Após uma seleção de fotos de trabalhos em SCRAP linkei uma entrevista (em vias de editoração) para a TV da UNIVATES em que falo sobre o scrap e meus livros. Vocês poderão ir direto ao minuto 5,24 que é quando começa a minha participação.

Da mesma forma, espero conseguir colocar a lista de meus seguidores (o quanto antes) e acessos diários. Acredito ser possível. Senão espero encontra-los através dos comentários. Aqueles que gostariam de comentar minhas crônicas, ficarei muito feliz em recebê-las. São os comentários que estimulam e orientam o blogueiro escritor a escrever cada vez mais e melhor. Ninguém precisa se identificar e o comentário é fácil de postar. Basta clicar em “Deixe um comentário” (que aparece na parte superior direita de cada postagem) vai aparecer uma caixinha com “Escreva seu comentário aqui” e por fim clicar em “Publicar o Comentário.” E está Pronto. Receberei seu comentário. Tomei a liberdade de passar este passo a passo, pois muitos me dizem que não sabem como postar e mandam por email. Espero que tenha ficado claro e fácil.

Então, segue meu novo endereço para ser, quem sabe colocado, em Favoritos. Pretensão demais? Não, apenas um jeito prático e fácil de acessar. É assim que eu faço.

Espero que gostem. Grande beijos a todos

Suzete

Link para o novo blog bySuzete

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Motoqueira

Estou virando “eira”. Scrapeira, facebookeira, blogueira e agora, de novo, novamente, motoqueira. Depois de 25 anos às voltas com filhos, trabalho, formação acadêmica e outras sériices, resolvi relaxar. Apenas curtir o que a vida oferece. Continuo produzindo muito, mas me permitindo novos vôos.
Conheci meu marido em cima de uma moto. Foi paixão à primeira vista. Por ele e pelas motos. Mas ele insiste em me corrigir: “Motoqueiro é entregador de pizza. Nós somos motociclistas.” Mas prefiro a palavra motoqueira. É mais sonora e me remete ao tempo em que moto era apenas para quem curtia o vento, a natureza, a liberdade. Outros tempos.
Quando compramos a moto, há um ano, nossos filhos foram logo dizendo: estão na meia-idade, o que mais vão aprontar? Logo, logo passaram a dar sermões de pai e mãe: se cuidem, não corram, não vão se matar, cuidado com os carros principalmente com os caminhões, e por aí foi. É claro que nos cuidamos e apenas voamos de moto nos fins de semana, curtindo uma paixão antiga com todo cuidado possível. A dois ou em grupo.
Sábado fizemos nossa primeira aventura num grupo grande. Foram mais de 200 motos (300 motoqueiros?) saindo de São Paulo em direção ao Guarujá, a 135 Km. O destino final. Uma manhã ensolarada, quente e barulhenta. Duzentas motos, a maioria Harley Davidson, de todos tipos, tamanhos e potências fazem um som único, emocionante e ensurdecedor.
Antes de partir, café e “briefing” no ponto de saída. Fomos orientados a como agir em bando, mesmo sendo escoltados nos pontos do trajeto mais movimentados pela polícia rodoviária. As leis do bando se resumiam a: siga o líder, tenha disciplina, respeite as regras e o companheiro e tenha sempre espírito de equipe. Nada de egoísmos e individualismos. As regras são de grupo e todos devem segui-las. Dois dedos levantados orientam a seguir em fila dupla ( melhor se for num X), na faixa lateral à direita da pista. Um dedo erguido orienta a seguir em fila indiana. E lá vamos nós, voar por entre os carros.
E assim fizemos. Tudo transcorreu bem. Na descida da serra sol quente, protetor solar e atenção máxima. Desfile pela orla charmosa do balneário, muitos acenos simpáticos e almoço numa marina elegante. Na volta, como era de se esperar, o bando se dispersou. Alguns ficaram, outros partiram. Porém agora em pequenos grupos. Os 135 Km da volta foram em meio a um grande congestionamento e muita neblina. Nos reagrupamos como um bando de cinco, em cima da balsa que faz a travessia em Bertioga. Quando um foi barrado pela polícia, paramos todos. Éramos um grupo de motoqueiros sem nome. Na hora de se despedir e cada um seguir seu rumo apenas um aceno de cabeça respeitoso e um braço erguido.
Na chegada, a sensação gostosa de um dia especial com um grupo especial. E a constatação de que fiz academia sem perceber: glúteos, lombar, coxas, bíceps, tríceps e até os músculos oculares foram exigidos exaustivamente. Me segurei tanto, freei tanto e apertei tanto os olhos quando em fila indiana ( passar por entre os carros é algo inexplicável: como é que os espelhos retrovisores de carros e motos não se chocam com milímetros de distância?) que cheguei em casa exaurida, moída e dolorida.
Mas acima de tudo, satisfeita.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

LISTAS

Na internet encontrei esta lista de significados para a palavra LISTA:
Tira comprida e estreita de pano ou papel.
Relação de nomes de pessoas ou de coisas; catálogo, rol. Cardápio.
Linha, risca, o mesmo que listra.
Esteira que uma embarcação em movimento vai deixando na água.
Lista negra, rol de pessoas, casas comerciais etc., com as quais, por terem caído em desagrado, se recomenda cessar qualquer relação.

No Dicionário Aurélio a mesma coisa e muito mais. Uma lista enorme de significados. É só conferir.
Pra mim, listas são tudo isso e servem pra muitas coisas, inclusive pra passar o tempo. Dias atrás estava eu numa aula entediante e monótona. E eu tinha que ficar. Não podia simplesmente levantar e ir embora. Meu caderno já está cheio de desenhos de flores, árvores, casinhas, sois, paisagens infantis, bonecos de palitos com pés e mãos redondas. Sou quase uma PHD nestes desenhos. Sinal de que as aulas estão muito chatas. Hora de fazer listas. Dão ideia de interesse na aula, e ainda, são muito úteis. Minhas listas de compras de supermercado da semana, providências a tomar em SP e em Lajeado durante o mês de outubro, pagamentos, lista de presentes de Natal, compras previstas para 2012 para a casa e o apartamento( enxoval cama/mesa/banho, móveis, utensílios), ideias para o casamento da Fernanda e um rascunho bem detalhado das metas para 2012, já estão prontas.
A aula acabou, assinei a lista de presença e a lista dos interessados nos textos do curso. Hora de fazer um retrabalho: ler tudo o que supostamente o professor explicou. Será?

Sapinho Sapeca

Sapinho sapeca

Debruçada sobre o computador fico pensando em tudo que quero e preciso escrever. São tantas ideias interessantes que me agito e me inquieto e fico sem saber por onde começar. Criei várias categorias de temas no meu blog – blogs, neste momento de migração - que meu trabalho, no mínimo, duplicou. Os textos pipocam na minha cabeça mas quando olho para a tela do computador e estico os dedos para aquecê-los a serem ágeis na digitação, surge aquele sapinho verde fosforescente, de olhos simpáticos e esbugalhados me convidando para novos temas e assuntos. Hipnotizada pelos olhos salientes e seduzida pela carinha sapeca e brincalhona do sapinho verde, o sigo sem pestanejar. Fico zanzando pelo Facebook, abrindo e respondendo e-mails e olhando mensagens lindas, navego em sites de compras e encomendo mais livros em promoção, pesquiso no YouTube músicas, trailers de filmes e vídeos que quero compartilhar com meus amigos, retorno e tento novamente usar ferramentas para adicionar links, fotos e vídeos nas minhas postagens, retomo textos inacabados e inicio novos textos estimulada com novas ideias, sempre com o olhar plugado do meu sapinho verde, agora já empoleirado nos meus ombros e olhando de frente, lado a lado com meu olhar, a grande dispersão e diversão que ele provoca na minha vida expressa na tela do computador. Não consigo entender porque um sapinho! Sapos são asquerosos e gosmentos e morro de medo deles. Mas este sapinho tem sido minha companhia diária. Talvez ele seja um príncipe disfarçado ou um amiguinho imaginário. Talvez a exteriorização da minha criatividade e imaginação. Certeza é sua presença divertida e leviana em cada hora do meu dia. Até quando saio de casa para outros compromissos sinto ele presente. Na bolsa, no ombro, no banco ao lado, flegado nos vidros bisbilhotando o mundo desfilar do lado de fora do carro. Ele fica vidrado nos chafarizes, nos minhocões, nas vitrines de roupas elegantes. Sapequinha este sapinho curioso. Quando volto para casa, sinto ele saltitar a minha frente, feliz com as novidades. Ao retomar minha escrita, ele me olha de frente com aquele olhar esbugalhado e sedutor, pega meu rosto com aquelas patinhas alienígenas e me perco novamente. Mas tenho um palpite: sapinho sapeca, a exteriorização da falta de foco? Ou apenas uma companhia alegre, divertida e criativa. Talvez, meus olhos ao todo à minha volta. Apesar de adorar sua presença, o danadinho está causando um caos na minha agenda. Tudo atrasado. Até meu tema de casa. O culpado? O sapinho sapeca.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Casamento à vista

Quando casei, tudo era muito diferente. Tá certo que casei grávida. Naquela época, quanto antes acontecesse as núpcias, melhor. Mesmo que todos soubessem não ficava bem a barriga de grávida aparecer. O que não aconteceu com a minha. Conforme o ângulo, lá estávamos nós – a adolescente inconsequente e irresponsável e meu barrigão de cinco meses. Entre a descoberta do inesperado e o casório foram apenas três meses.
Passados quase 32 anos, minha barriga cresceu mais, nasceu, se criou e hoje está prestes a se casar. Minha filha se tornou uma bela mulher. E vai casar. Virei a mãe da noiva, a sogra. Como da primeira vez, foi sem querer e lá vou eu de novo, rumo à outra festa de casamento na família.
Desta vez, como deve ser. Assim espero.
Minha filha noivou há quase três anos. De lá pra cá, muito se falou sobre o grande dia. Já foi marcado, desmarcado e remarcado. Agora vai. Sem saída para as duas. Ela finalmente vai casar e eu enfrentar tudo o que envolve uma festa de casamento. Tenho uma certa aversão à festas. Talvez trauma seja a palavra mais adequada, afinal, nos meus quinze anos meu avô paterno estava em coma no hospital. Quando casei, duas horas antes de iniciar a cerimônia religiosa, meu avô materno (meu segundo pai) morreu de câncer. Nem preciso dizer que ao longo dos anos evitei casamentos. Comemoro meus aniversários de casamento com jantares intimistas ou viagens a dois.
O casamento da minha filha me coloca frente a frente com um assunto mal resolvido. Certamente com o passar dos anos, a lembrança do meu dia de festa de casamento suavizou, foi racionalizado e intelectualizado sem tristezas.
Acredito que meu avô cedeu seu lugar para meu marido. Acredito também que festa de casamento e casamento são coisas totalmente independentes. Apesar da minha festa de casamento dividir espaço, convidados e atenções com um funeral, meu casamento propriamente dito foi a maior festa. São 32 anos de parceria, altos e baixos, vacas gordas e magras, encontros e desencontros. No balanço, são anos de um casamento feliz e bem sucedido. Por conta disso - meu trauma com festas de casamento e minha concepção do que seja casamento – até tentei outra via: uma cerimônia intimista e uma bela lua de mel. Quase fui fulminada e deserdada com a proposta, tida como indecente e insensível.
Minha filha quer casar em grande estilo. Então mãos à obra!!!!!
Semana que vem ela aterrissa e faz conexão em São Paulo, depois, Rio Grande do Sul. Juntas.
Hora de dar corpo às reservas de igreja, cerimonial, recepção. Hora de definir flores, menu, arranjos, vinhos, docinhos, lista de convidados, convites, som, iluminação, violinos, vestido de noiva, buquê, velas, lembranças, lista de presentes, despedida de solteira, chá de panela ou lingerie........ A parafernália é enorme, assim como as opções. Existe uma indústria casamenteira que gira fábulas para realizar sonhos de noiva princesa.
Mas o que espero verdadeiramente é que a viagem a dois – que é o casamento – seja única, fenomenal, normal, e no somatório de tudo, traga felicidade, satisfação e realização aos noivos.
Quanto a mim – a mãe da noiva – desta vez espero curtir e fazer as pazes com festas. Diferentemente de quando casei, pretendo flutuar pela nave da igreja sem barrigão. Porque meu barrigão de hoje é fruto do pecado da gula. O outro barrigão era o fruto proibido do paraíso, e por isso, exibido com orgulho. Nada de pecados.
Para tanto já iniciei meus preparativos pessoais para o grande dia: dieta, academia e peeling. Vislumbres de uma lipoescultura, prótese ou plástica. São mais de dez anos amadurecendo estes radicalismos. Se não for agora, então, acho que nunca mais.
A ideia é ficar bem na foto. Se bem que me acho linda e plena com meu barrigão em minha festa de casamento e em todas as fotos daquela noite inesquecível. Espero que minha filha esteja assim em seu grande dia, afinal, experiência de entrar exibida e chamativa pela nave da igreja ela já tem.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Amigas de Infância

Em dezembro, cinco meses antes do meu aniversário, resolvi fazer uma festa para minhas amigas de infância. A ideia surgiu, quando às vésperas do Natal, encontrei casualmente uma amiga no cabeleireiro. Ambas queríamos estar lindas para o Papai Noel! Ela olhou para mim, e disse: “Susi, é tu?” “Sim, sou eu”. Claro que eu era eu, mas e quem era ela? Olhei-a com todo o cuidado e educadamente disse: “Não consigo me lembrar de onde te conheço”. “A Marilene! Lembra, fomos amigas na adolescência!” Céus! Há quanto tempo faz isso? Chegamos à conclusão de que não nos víamos há 27 anos. A última vez foi na festa do meu casamento. Em apenas cinco minutos colocamos em dia 27 anos de nossas vidas. Foi o tempo que restava para a tintura fazer efeito e cobrir nossos cabelos brancos. Saí do cabeleireiro felicíssima. Havia reencontrado uma amiga de um tempo maravilhoso de minha vida. E ela continuava linda e magra. Como é que eu não a tinha reconhecido? Também, depois de 27 anos, com os cabelos melecados de tintura, pedaços de papel alumínio envolvendo parte da cabeça, e vestindo um aventalzão(ou seria uma capa?) como eu poderia reconhecê-la? Milagre foi ela ter me reconhecido! Cheguei em casa radiante por ter reencontrado aquela amiga e em pouco tempo decidi fazer um encontro com amigas que não via há, bem, 30 anos. Todos em casa acharam a ideia muito boa, e meu marido disse todo sorridente: “Assim posso conferir se fiz a escolha certa”. Engraçadinho! Passados Natal, Ano Novo, Carnaval, achei que já poderia chamar minhas amigas à realidade, e no final de fevereiro nos encontramos. Passei algumas horas das minhas férias localizando-as, afinal, em trinta anos, eu tinha amiga morando até em Cascavel, no Paraná. O simples contato telefônico com todas elas por si só, já valeu a pena. Era ótimo ouvi-las, saber como estavam, e principalmente, perceber que todas também queriam se ver. Ainda éramos “a turma”. Cheguei a delirar quando ousei pensar que poderíamos criar um Orkut com a nossa turma. A nossa própria comunidade. Sim, porque quando eu pedia algumas informações do tipo, telefone, endereço, celular, e.mail, a resposta que mais ouvi foi: olha, liga para minha casa porque meu celular muitas vezes está sem bateria; ou, eu não escuto ele na bolsa; ou, quem mais usa o meu celular é a minha filha, então para não correr o risco de ficar sem o recado, é mais garantido ligar para o telefone residencial. Quanto ao e.mail não foi muito diferente. Pior até. Ou, eu não tenho e.mail próprio e não adianta mandar para o do meu filho que ele não vai me mostrar; ou, não sei mexer muito no micro, me atrapalho toda e tenho medo de estragar, então é melhor ligar aqui para casa; ou, não lembro qual é o meu “site”. Cheguei à conclusão de que a nossa não é, definitivamente, a geração da informática. Para não dizer que a decepção foi geral, das nove convidadas, duas sabiam usar bem o micro, o celular, a internet. Esses bichos modernos. Mas como eu também tenho minhas próprias pendengas com estas inovações tecnológicas, relevei e mantive meu ânimo. Uma semana antes do encontro, liguei para o telefone residencial de todas elas e falei com todas pessoalmente para confirmar que viriam. Nada de deixar recados com filhos adolescentes. A chance que temos de receber tais recados talvez, sendo bem otimista, chegue aos 50%. Crianças menores então, só lembram que “alguém ligou e queria falar com a mamãe”. Com o número de convidadas confirmado programei o que seria servido: torta de mousse, docinhos, salgadinhos, sorvete, frutas, chá gelado, refrigerante e espumante, para brindar ao encontro. Repensando o menu, na véspera, decidi reduzir o tamanho da torta, cortar os docinhos, aumentar a quantidade de frutas, priorizar os refrigerantes ligth e aumentar a quantidade de espumantes. Se todas estivessem como eu, estaríamos todas de olho na balança e um pilequezinho entre amigas, em pleno sábado à tarde, seria uma extravagância à altura dos nossos velhos e bons tempos. O tão esperado dia começou muito cedo. Na rodoviária. A primeira convidada passou a noite amassada num ônibus comum para não perder a oportunidade de rever a galera. A cena dela descendo os degraus do ônibus se mantêm viva em minha memória. Minha amiga estava linda. Nem parecia a menina magrela, sardenta, de cabelo ruivo encaracolado. Ela estava um mulherão. Aliás, no decorrer de todo o dia, vi que todas nos tornamos mulherões. Felizes, sorridentes com nossos filhos, companheiros, trabalhos, sonhos, projetos. Decepcionadas. Esperançosas. Com a vida vivida até então. Tudo devidamente documentado pelo fotógrafo da casa que não perdeu a oportunidade de se certificar quanto a escolha feita há tantos anos atrás. Foi o único da turma do Bolinha que compareceu ao encontro das Luluzinhas. O que as fotos revelaram foi 100% alegria, só sorrisos. Fizemos uma terapia grupal. Nos fizemos muito bem. Continuamos a nos fazer bem. E ficou uma certeza: mesmo tendo mudado fisicamente e tomado caminhos distintos, continuávamos as mesmas. Características de crianças e adolescentes mantiveram-se em cada uma de nós: a mais brincalhona, a mais reservada, a mais estabanada, a mais séria, a mais falante, a mais reclamona. As mais. Como naquela época mágica, a que brindamos alegremente naquela tarde, continuávamos as mesmas. Ainda éramos “a turma”. Decidimos não esperar mais tanto tempo para nos reencontrar. Sabe-se lá o que a vida nos reserva.

Quanto à conclusão de meu marido?

Ele preferiu não revelar. Sorte a dele.

Lajeado, abril de 2007

domingo, 25 de setembro de 2011

Meu estilo "scraper"


Faço scrap desde 2007. São quase quatro anos de experimentações, pesquisas, aprendizados e cursos. Aprendi várias técnicas, conheci muitas scrapers aprendizes como eu e muitas professoras criativas e entendidas. Minha paixão pelo scrap foi imediata e intensa. Assim como as paixões devem ser. Continuo apaixonada, mas tenho minhas fases ativas, reflexivas, inativas, embora esteja sempre antenada. Vários estímulos acionam meu lado scraper, e assim, vou recolhendo e guardando fitas, fios, etiquetas, botões, folders, ingressos, retalhos de papel e tecido, crachás e tudo que se pode imaginar que uma sucateira possa reutilizar. Às vezes me sinto a verdadeira Rainha da Sucata (e olha que já critiquei minha mãe por isso, e agora, estou infinitamente pior que ela.)


Descobri que tudo pode ficar perfeito se usado corretamente. A coisa certa, no lugar certo. Por isso, descarto pouca coisa. Mas tudo isso ocupa espaço e se perde se não for bem organizado. Tanto em Lajeado como em SP criei um atelier. Em SP mantenho todo meu material de scrap, organizado no armário do quarto de visitas. Tudo está separado em caixas, pastas, potes e gavetas. Esta obsessão pela ordem facilita na hora de criar e encontrar materiais a serem utilizados. Muitas vezes lembramos que temos determinado apetrecho, detalhe, papel e, por não encontrá-lo, perdemos um tempo precioso procurando-o.


Sempre que inicio um novo projeto, o primeiro passo é selecionar todas as fotos que serão impressas e defino tamanhos de impressão. Vou desde o 6x8, 10x15, 13x18m, 15x30. Vários outros tamanhos são selecionados, sem contar as fotos que recorto ou lixo. Sempre uso fotos opacas e sem bordas. Depois de prontas, verifico papeis e acessórios (adesivos, fitas, ilhoses). Prefiro os materiais de viagem, inclusive folhas e flores secas (hábito infantil de secá-las dentro de um livro), guardanapos de hotéis e restaurantes, porta copos, jornais, folders, ingressos e mapas. Lembranças, convites, cartões, cartas. Separo tudo e coloco em pasta ou plástico. Depois vejo que equipamentos vou utilizar. Minha máquina de costura Singer, minha Cricut Expression e minhas tesouras são fundamentais.


Diferentemente de muitas scrapers uso muitas fotos. Gosto dos designs limpos e contextualizados (daí a importância dos mapas, ingressos, passagens e roteiros). Aderi à agenda ou roteiro diário de viagem, ou ao “jornaling” que explica a página trabalhada. Gosto de pensar que se um dia ficar esclerosada ou, simplesmente esquecida, minha história de vida estará devidamente registrada nos álbuns de scrap, onde fotos, viagens e momentos marcantes estarão imortalizados.


Depois de tudo organizado, pensado e planejado é só dar asas à imaginação. Gosto de começar a trabalhar e só recolher todo material quando o trabalho está concluído. Como são muitos detalhes é fácil perdê-los durante a arrumação. Por isso, só começo a fazer scrap quando estou muito animada e com uma semana folgada para me dedicar por horas a fio. A arte de recorte e colagem pode ser mais demorada do que imaginamos. Uma vez demorei seis horas numa página. A culpa foi do bordado a mão.
O resultado é sempre único. Sempre melhor, e cada vez mais, abrindo espaço para novos projetos.