sábado, 12 de março de 2011

"A dieta do adultério"


“Todo mundo pergunta como consegui. Mulheres me cercam nas festas, param-me nos corredores do escritório, medem com os olhos meu novo corpo, exprimindo, com sorrisos forçados, a longa história de seus fracassos............. – Não há nenhum segredo – digo a elas. – Só regime e exercícios. – Mas isso também é mentira. Todo regime tem um segredo: vaidade, orgulho ferido, raiva. Ou desejo. – Você precisa querer – digo. E elas confirmam com a cabeça.”
Estas são as palavras de Eva Cassady, na página 07, que iniciam o excelente livro “A dieta do adultério”. Os grifos são meus: Todo regime tem um segredo: vaidade, orgulho ferido, raiva. Ou desejo.
Depois da matéria na TV Informativo e a triste constatação de que estou perdendo de 1000 a 0 para a balança, retomei a rigidez do meu regime - afrouxado nos últimos quinze dias - afinal, segundo minha endocrinologista, o importante é perder peso, no máximo quatro quilos por mês. Nada de radicalismo.
 Sem chance!!!!! Terça-feira, dia 15 tenho reconsulta, e vou ter uma séria conversa com ela. Dia 19 tenho casamento para ir e decidi que vou com meu antigo lindo vestido de gala pouquíssimo usado, e óbvio, um número menor que meu atual. Essa semana vou de dieta da proteína: 0% carboidratos e 0% doces e guloseimas.
            Desde que me conheço como gente estou de dieta. Quando tinha 58 kg fazia dieta porque me achava gorda. Pulei para 62, 66, 70, 72, 76 Kg, sempre me achando gorda e sempre de dieta. Imagina se não estivesse de dieta. Já estaria pesando mais de 100Kg!!!!
            O que sei é que cada vez como menos e peso mais. Desculpas eu tenho um monte: a idade, a genética, meu trabalho, meus hobbies, o uso de hormônios para controlar meu endometrioma, minha cirurgia no fim do ano para retirar o tal endometrioma, o uso de corticóide por causa das dores do meu ombro congelado. Ou seja, tenho as melhores desculpas do mundo para justificar meu novo peso (impublicável). O que não ajuda em nada quando me olho no espelho ou não entro nas minhas roupas.
Por isso a decisão de radicalizar na dieta.
Por isso a decisão de reler “A dieta do adultério”.
            Doce e carboidrato são drogas que viciam. Troco sem problemas um almoço saudável por uma taça de sorvete ou um sanduíche. O problema é não conseguir comer apenas uma ou duas balas, uma bola de sorvete, uma fatia de bolo. Tenho que evitar o primeiro “gole”, a primeira “cheirada”. Como qualquer drogado. Porque o primeiro biscoito ou a primeira bala abre a porteira para mais. Porque doces e carboidratos são carga rápida de energia, de alegria, de bem-estar. Passado o barato, vem a conseqüência óbvia: calorias extras e aumento de peso.
            A decisão de reler o livro não tem nada a ver com trair. Tem a ver com uma experiência movida por vaidade, orgulho ferido, raiva e desejo. Regime e exercícios físicos. Tem a ver com estímulo. Recomendo a leitura.
            Quem sabe meu orgulho ferido, minha raiva, meu desejo e minha vaidade – trucidados com as imagens na TV – me catapultem para dentro do meu antigo lindo vestido de gala, e depois, para uma nova matéria na televisão, mostrando “Longe de tudo e de todos” impresso, outras viagens imortalizadas pelo scrap, e magra. Óbvio!!!

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